Trata-se de uma metodologia aplicada à gestão de empresas, baseada em um framework
e direcionada por um processo de gestão por objetivos, ganhou impulso maior nas
últimas décadas e vem se mostrando útil em muitos casos. Ganhou notoriedade
quando passou a ser utilizada por empresas de grande porte icônicas como o
Google, o Twitter e o LinkedIn.
OKR significa Objectives and Key Results, ou Objetivos e
Resultados Chave, é uma metodologia de gestão que orienta as ações no sentido
de identificar objetivos relevantes ao mesmo tempo que estabelece as formas de
medição dos resultados alcançados. O objetivo dessa metodologia é auxiliar a
identificação ou desenvolvimento de objetivos relevantes e a forma de como
medir os resultados alcançados.
Quando uma empresa ou organização trabalha tendo como foco resultados
específicos, todos os esforços e atividades convergem e se somam, tendo como
efeito uma multiplicação de efeitos. Dessa maneira, se entende que as operações
devem ficar concentradas naquelas que são direcionadas ao atingimento de
resultados específicos, ao mesmo tempo que essas mesmas ações convirjam para
esse mesmo fim, somando os esforços das equipes ou pessoas em função de um
norte único.
Para a aplicação dessa metodologia, é importante alinhar claramente
objetivos a serem alcançados com aspectos conceituais que devem ficar claros
cotidianamente em termos de missão e valores, presentes em todas as operações
da empresa.
Esses elementos se desdobram e geram em metas que são expressas e
definidas de forma objetiva, que podem até ser desafiadoras, mas que não podem
gerar qualquer entendimento divergente ou parcial. Assim, o estabelecimento
desses pontos, normalmente sugere e exige o desenvolvimento de processos
motivacionais aos envolvidos.
Para sua implementação, é possível se utilizar de processos colaborativos
na definição dos objetivos e indicadores, ou seja, se pode utilizar da equipe
da própria organização na identificação tanto dos objetivos a serem alcançados
assim como dos indicadores. Isso pode implicar em melhorias e direcionar
aspectos de qualidade.
Dessa maneira, no processo de identificação inicial, já se pode utilizar
ferramentas como Benchmarking e Brainstorming, dada sua utilidade no aumento
da consciência situacional, ao mesmo tempo que favorecem aspectos de
participação e de colaboração.
Ressalta-se que essas identificações podem apresentar um conjunto de
preocupações e de questões que ainda podem ser submetidas a avaliações e
considerações de outras ferramentas da qualidade como a Matriz de GUT ou o SETFI, a
fim de estabelecer priorizações e orientar a abordagem da metodologia.
Esses aspectos de participação e de colaboração são fundamentais para o
engajamento dos colaboradores, já que os esforços deles em suas atividades
cotidianas em função do direcionamento e da resposta da organização, com
incentivos, por exemplo, é que fundamentam a metodologia.
Como vantagens na utilização dessa metodologia se pode citar:
·
Clareza: com desenvolvimento
participativo, fica claro para todos o que norteia, move e direciona os esforços
da empresa. Dessa forma, onde todos sabem onde se quer chegar, tendo claros os
objetivos, os processos de cobrança assim como de estabelecimento de metas se
tornam natural e claro.
·
Transparência: a partir da clareza, ocorre,
então, a natural transparência no processo de condução dos colaboradores e das
tarefas da empresa, que passam a ser norteadas e definidas pelos objetivos
traçados, além de serem submetidos a um processo de avaliação também claro e
objetivo. Isso desmistifica uma série de condições e aspectos gerenciais,
deixando todo o processo claro.
·
Entendimento: após a definição das OKRs,
é importante retroalimentar as equipes ou colaboradores com relação ao seu
desempenho em função do necessário atingimento dos objetivos esperados e dos
indicadores definidos. Dar feedbacks são atividades relevantes, já que
permitem ajustes e alterações de comportamentos e de processos, ajustando-os no
caminho esperado.
·
Otimização: com uma estrutura funcionando
de forma direcionada, ou seja, alinhada a objetivos claramente definidos, há a
natural concentração de esforços, que elimina qualquer outros que não os
delimitados, fazendo com que haja uma otimização no uso de recursos dos mais
variados e evitando desperdícios, seja e termos de recursos humanos,
financeiros, materiais espaciais, temporais ou mesmo informacionais.
·
Envolvimento: com todas as etapas sendo
elaboradas e realizadas de forma participativa, onde processos de elaboração e
definição também são criados de forma participativa, o resultado é o surgimento
de senso de pertencimento de colaboradores com a empresa ou organização.
De forma objetiva uma OKR pode ser feita simplesmente respondendo as
seguintes questões:
1.
Delimitação da OKR, elaboração e definição dos
objetivos serem alcançados e a identificação dos indicadores chave a serem
utilizados;
2.
Validação dos indicadores de mensuração e de
validação do atingimento dos objetivos;
3.
Distribuição e desenvolvimento das OKRs por
equipes ou áreas da empresa;
4.
Mapeamento de dependências ou de alinhamentos
operacionais ou funcionais;
5.
Monitoramento e acompanhamento regular de
indicadores
6.
Revisão intermediária das OKRs para eventuais
ajustes gerais;
7.
Confecção de relatórios e compartilhamento de
aprendizados, início de novo clico;
Inicialmente é fundamental entender que não há delimitação de objetivos
que não possam ser medidos. Os objetivos, de acordo com a metodologia, são
descrições qualitativas que se deseja alcançar em determinado espaço de tempo
de tempo. Devem ainda ser curtos, direcionados, ao mesmo tempo que inspiradores
e envolventes. Podem ainda ser desafiadores e motivadores para a equipe. Já
resultados chave, ou key results, não métricas, ou seja, definições
quantitativas, números, que medem o progresso e o resultado alcançado. Se
propõe que para cada objetivo sejam indicados ou elaborados de 2 a 5
indicadores chave.
Esses indicadores, por sua vez, devem ser coletados de forma isenta, ou
seja, de maneira a não permitir ajustes prévios ou considerações de
interpretação que os ajuste ou altere em sua anotação. Por isso, a necessária
identificação ou seleção de um conjunto maior que o de uma unidade.
Com essas definições, as OKRs devem ser distribuídos ou mesmo devem ser
utilizadas na confecção de outras mais específicas e particulares a setores ou
áreas de negócio, para que direcione e concentre alinhamentos conceituais d
organização. Todas as áreas contribuindo com o atingimento de objetivos
maiores, gerais, cada qual fazendo sua parte.
Assim, se podem elaborar OKRs envolvendo aspectos organizacionais
diversos, sendo considerados objetivos estratégicos, táticos e operacionais,
todos relacionados e derivados.
Nesse ponto, entender os alinhamentos e relações entre áreas da organização
é uma condição essencial na construção da percepção dos aspectos de missão e
valores, normalmente explorados em planejamentos. Aqui, empresas de maior porte
requerem atenção específica, dada sua abrangência e aspectos operacionais
maiores, amplos.
Sugere-se que seja realizada, ao menos, uma revisão intermediária das
OKRs, a fim de ajustar e realinhar, eventualmente, as ações. Isso se deve a
influência ou interferência que fatores ambientais ou externos podem exercer
nos esforços ou operações das organizações. Funcionam como checagens de
meia-vida do processo, que podem impactar até na melhoria dos resultados
alcançados.
Para sua implementação se devem ter claros alguns aspectos, como,
inicialmente, seu ciclo. Mesmo sendo indicados para curtos ciclos temporais, algumas
empresas definem que as OKRs devam ser válidas por um período de um ano, outras
entendem que devam ser revistas em períodos menores, como semestres ou mesmo
ciclos específicos, relativos a algum aspecto ou condição sazonal identificada.
Dessa maneira, é importante salientar que os ciclos de feedbacks devem
ocorrer dentro do ciclo maior da OKR a fim de permitir ajustes e reorientações.
Como a metodologia prevê um necessário acompanhamento de indicadores
quantitativos, ou seja, numéricos, se podem elaborar controles baseados em
anotações como planilhas eletrônicas, mas que, como proposto na metodologia,
devem ser acesso amplo aos colaboradores, independente do grau hierárquico
envolvido.
O uso de ferramentas computacionais, coo as planilhas, ainda favores a
criação de meios visuais de apresentação, como gráficos e dashboards,
inclusive já estabelecendo relações automáticas entre objetivos
inter-relacionados, como os OKRs de departamentos que impactam o OKR de uma
diretoria, por exemplo:
O que pode ser acompanhado com os registros de sistemas e processos
medidos. A ideia é que esses indicadores sejam coleados ou colhidos de forma
natural, mas que representem elementos de impacto concreto nos objetivos
traçados. A elaboração gráfica pode ser útil na interpretação dos registros
numéricos, muito embora seja um procedimento complementar.
Exemplo
As revisões intermediárias previstas na metodologia podem ser
complementadas por ajustes, onde usualmente processos descritos até em fluxogramas podem ser revistos, com vistas a realização
dessas adequações. Ainda no caso de aplicação da metodologia em atividades que
envolvam processos produtivos fabris, por exemplo, a coleta de dados pode ser
submetida a avaliações e considerações diversas, inclusive como uso de gráficos de dispersão, entre outras
ferramentas estatísticas de qualidade, valendo ressaltar que sua flexibilidade
permiti o uso em amplo espectro organizacional. Essa metodologia pode revelar
necessidades de ajustes em aspectos diversos com elevado impacto nos aspectos
de qualidade.