domingo, 16 de janeiro de 2022

Círculo de Controle da Qualidade

  

Surgidos no início do movimento da qualidade no Japão, os Círculos de Controle da Qualidade – CCQ são mecanismos, que podemos considerar metodologias, que podem usar inúmeras ferramentas da qualidade para implementar mudanças e melhorias de qualidade ainda nos dias de hoje.

Consiste na formação de pequenos grupos de colaboradores que buscam propor melhorias nos seus respectivos setores de atuação nas empresas onde atuam. São grupos formados por pessoal hierarquicamente atrelado à base funcional da empresa ou organização, que executam esse trabalho voluntariamente. Por isso mesmo, em alguns casos são chamados de times da qualidade.

Mesmo desempenhando trabalho voluntário, devem ser formalmente reconhecidos. No caso de organizações que possuem setores ou departamentos de qualidade ou de controle da qualidade, os CCQs são oficializados e desempenham papel significativo no processo.

É importante ressaltar que o CCQ é composto por colaboradores de nível operacional, que se voluntariam para a atividade. Em alguns casos, algumas organizações, contudo, entendem que os colaboradores em nível intermediário ou de nível imediatamente superior devem fazer parte do CCQ obrigatoriamente, com o intuito de facilitar a integração e interação das atividades com os níveis gerenciais mais elevados, mas sem representar obstáculo às proposições e trabalhos do grupo.

Para tanto, de acordo com a situação, os colaboradores que estão no CCQ devem ser capacitados e equipados com os instrumentos que lhes permitam a aplicação das ferramentas da qualidade, quer sejam de base estatística ou organizacional, adequadas, principalmente ao levantamento de dados, acompanhamento e controle da qualidade.

Dentre as ferramentas de uso mais comuns, ressaltam-se, por exemplo, o Brainstorming, Diagrama de Ishikawa, Fluxogramas, Cartas de Controle e a Padronização. São ferramentas que, sobretudo, permitam aos times o acompanhamento e a elaboração de sugestões de melhorias, ajustes ou mudanças, com um impacto mais objetivo, prático e aplicado ao seu cotidiano.

A metodologia de trabalho do CCQ prevê que os grupos devem interagir de forma livre, em ambiente ou condição diferente da rotina de trabalho, onde se deve criar um espaço para a discussão e interação sem a interferência hierárquica ou a pressão funcional natural das operações. Nesses ambientes se promovem discussões e interações que permitam ao grupo medir, entender, analisar e realizar proposições que levem aos ganhos de qualidade. Após essa etapa, as proposições dos times são levadas aos níveis decisórios mais elevados e as proposições de mudanças, ajustes ou alterações são referendadas, autorizadas ou validadas.

Para tanto as interações do grupo ocorrem de forma cíclica, dependendo de cada caso. Podem ser interações semanais, quinzenais ou mesmo mensais, sendo a motivação do grupo uma preocupação constante.

Em muitos casos, uma mesma empresa tem grupos de operações distintas, ou seja, o trabalho corre entre setores diferentes dessa empresa, onde o processo envolve uma sequência de áreas, passando de um para outro, por exemplo, ou de forma paralela, onde cada setor confecciona produtos distintos. Dessa maneira nada mais natural que cada conjunto de atividades desempenhadas ou desenvolvidas por um mesmo setor acolha um CCQ. Assim temos que uma mesma organização tenha diversos times de qualidade, diversos Círculos.

No processo, considerando a sequência das operações entre setores, cada setor, naturalmente, entende que o setor seguinte é composto por “clientes internos”, que devem ser alvo das preocupações das questões relativas à qualidade.

Os benefícios dos CCQs são inúmeros. Podem ser sentidos pelos próprios colaboradores, pela empresa, pelos clientes da empresa e até pela sociedade a qual envolve a empresa, como descrito por Ishikawa.

Além das questões relativas ao trabalho em equipe e o estreitamento das relações de trabalho, os Círculos podem ser elemento de geração de envolvimento, satisfação e melhoria das condições de trabalho para os colaboradores envolvidos, já que envolvem questões de participação podem gerar aspectos de envolvimento e comprometimento com o trabalho, superando a dedicação objetiva da condição de emprego.

Para a empresa, logicamente, os ganhos normalmente são observados na melhoria da qualidade de produtos e serviços, redução e custos, racionalização do trabalho e dos ganhos em produção e produtividade. Com as melhorias identificadas e propostas pelas próprias equipes de trabalho, naturalmente as implementações e alterações se tornam mais naturais e mais facilmente implementadas, normalmente envolvendo mudanças que impactam nas relações de capacidades de produção e ganhos de produtividades, alinhadas aos aspectos de qualidade.

Para a sociedade, empresas produzindo de melhor forma, de maneira mais sustentável e gerando produtos e serviços melhor mais bem direcionados às suas necessidades, gera ganhos sob diversas perspectivas. Considerando que os clientes da empresa estão sujeitos a esse mesmo grupo, normalmente, as mudanças, ajustes e alterações de qualidade se refletem aqui, contribuindo para melhorias e ganhos diversos.

 

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