Benchmarking

  

Trata-se de um procedimento intencional de pesquisa e identificação de elementos de inspiração que conduzam ao desenvolvimento, criação ou adaptação de métodos, processos produtos ou serviços, em uma perspectiva de melhoria que deverá ocorrer em ambiente diferente ou distinto do original, que serviu de inspiração. Em outras palavras, é um processo de criação, adaptação, mudança ou inovação, realizado por uma inspiração, normalmente, externa.

É relativo ao processo de comparação entre organizações e situações distintas, onde esse processo comparativo é estabelecido por paralelismos e paradigmas. Dessa forma, identificando as melhores práticas, processos ou resultados, se objetiva o atingimento de resultados superiores.

No processo de inspiração, normalmente, podem haver quatro fontes básicas de benchmarking:

1.   Interno – ao estabelecer comparações internas em uma mesma organização, buscando inspirar melhorias em outras áreas no negócio, mais comum em organizações de grande porte ou grande amplitude de operações;

2.    Competitivo – quando há processos de comparação entre concorrentes, que podem ser diretos, envolvendo produtos e serviços específicos, ou indiretos, quando há funções de interesse comuns. Devem ser observados problemas de simples cópia ou tentativa de reprodução sem critérios mais significativos;

3. Funcional – quando ocorrem comparações envolvendo funções similares entre organizações distintas, sendo, normalmente, uma identificada como líder ou destaque, ou seja, o paradigma a servir de inspiração; ou,

4.  Genérico – envolvendo processos de comparação entre atividades ou funções com semelhanças, mas entre organizações distintas, sendo a excelência, efetividade, o aspecto ou fator determinante do processo de inspiração.

Não resta dúvida que o processo de bechmarking envolve a percepção ganho, melhoria ou benefício derivado da inspiração, que normalmente envolvem aspectos de inovação, redução de custos, diminuição de prazos, ampliação de participação ou melhoria de resultados, como expectativas ou referências quantitativas, assim como melhora na imagem, alteração de posicionamento, aumento de confiabilidade, entre outros aspectos qualitativos.

Para tanto, no eu desenvolvimento, devem ser observados alguns aspectos relativos a princípios, como o da legalidade, onde são respeitados e considerados aspectos de propriedade intelectual e autoral, princípio da confidencialidade dos métodos e processos eventualmente envolvidos além do relacionamento entre as partes, além dos princípios do intercâmbio, do uso, do contato com terceiros, da preparação e do pleno cumprimento, por exemplo. Esses aspectos específicos do código de conduta podem ser observados e foram descritos pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento e Excelência.

Metodologicamente, o benchmarking pode ser aplicado de diversas maneiras, mas uma grande parte guarda entre si um processo muito próximo, que pode ser entendido pela sequência resumida de 9 etapas ou passos:

1.      Identificar o objetivo da comparação;

2.      Identificar ou determinar as empresas compatíveis ou parceiras;

3.      Definir o método ou processo de coleta de dados;

4.      Realizar, acompanhar e monitorar a coleta e o tratamento dos dados e seu resultado;

5.      Identificar e determinar a defasagem, a diferença de desempenho ou dos resultados entre as partes;

6.      Definir ou desenvolver os ajustes, as adequações, as adaptações ou alterações que levem ao desenvolvimento das mudanças;

7.      Estabelecer um plano de ações de implementação das mudanças;

8.      Acompanhar e monitorar o desenvolvimento do plano de ações e dos impactos das mudanças; e,

9.      Avaliar o processo, seus impactos, seus resultados e a necessidade de novos benchmarkings.

Como pode ser visto o processo envolvido no benchmarking não se dá por mera inspiração em “disse-que-me-disse” ou por “ouvir falar”, tão pouco em processo parcial descrito em algum lugar. Se trata de uma técnica fundamentada em observação estruturada, que envolve empresas e organizações formalmente, onde a experiência ou expertise de uma é transferida para outra, a fim de que haja um ganho derivado de uma transferência que pode gerar valor objetivo, concreto ao que se inspirou.

O processo envolve a comparação de desempenho entre organizações, mas importante ter claro que sempre nem haverá ganhos similares ou diretos, há sempre que se considerar aspectos menos tangíveis e influentes, que podem interferir no processo de benchmarking, como a cultura organizacional, a tecnologia envolvida e seu domínio ou mesmo de outros fatores competitivos ou ambientais.